terça-feira, 23 de abril de 2024

23 de Abril Dia Mundial do Livro

Ao ler um livro, o leitor descobrirá a verdadeira essência poética enraizada nas veias de quem o escreveu, despertando assim, a poesia esquecida nas veias de quem está nesta viagem. 

Rita Padoin

sexta-feira, 19 de abril de 2024

O Rio Chora

O rio corta a cidade

O rio chora

O rio lamenta

E todas as suas mágoas desaguam

Em um súbito e inesperado momento,

No mar...

E o mar quando o recebe

Abre-se em euforia

Pois sabe que o destino do rio

Estará em suas mãos.

Toda aquela doce candura

Se transformará

Tornando-se oceano

E não poderá mais voltar

Ao seu curso normal

Pois desaparecerá 

Renascendo como deve ser.

 

Rita Padoin

Escritora




terça-feira, 16 de abril de 2024

Escrever é uma Profissão

Minha mãe sempre me pergunta:

- Quando vais terminar de escrever?

- Nunca. Respondo

 

A escrita fez de mim morada. Se eu não conseguir colocar para fora, morrerei. Escrevo porque preciso. Escrevo porque é o meu alimento. Escrevo porque tenho necessidades urgentes. Escrevo porque ser escritor também é uma profissão.

 

Outras pessoas me perguntam também:

- Não estás aposentada?

- Sim. Respondo. Mas, tenho o outro trabalho que é o de escrever.

 

Mesmo que muitas pessoas não levem a sério a escrita, eu considero um trabalho. O meu trabalho. A minha profissão. O meu refúgio. A minha casa. A minha fuga. O meu remédio. A minha cura. É nas entrelinhas que coloco pra fora todas as minhas angústias, meus medos, minhas loucuras e meus devaneios e as minhas necessidades.

 

Mesmo que eu não tenha que cumprir horários como uma empresa. Mesmo que eu esteja em casa. Não tenho hora para escrever. É como se eu estivesse de plantão 24 horas por dia. Quando a inspiração vem tenho que estar preparada para recebê-la. Então, ser escritor é uma profissão sim e não adianta dizer o contrário.

 

Agradeço a Deus todos os dias pelo presente que ele me deu. Se a escrita não existisse na minha vida eu estaria morta. Então, vivo porque para eu poder existir preciso urgentemente escrever.

 

Rita Padoin

Escritora


sábado, 13 de abril de 2024

O Chamado da Vida

Enquanto aguardo o chamado da vida relembro os dias que fiz de tudo para entender o que tinha acontecido. São as vagas lembranças do meu compreender. Nada servirá se eu não viver o momento. Se eu não captar o que está acontecendo. Se eu não tiver nas mãos explicações. Se eu não me reerguer para entender. Tenho a nítida impressão de que as respostas sempre estiveram ali presentes no meu dia-a-dia, porém meus olhos estavam vendados. Esta é uma afirmação, não uma dúvida. Todos os dias tenho as respostas, sinais, perguntas, interrogações, exclamações e se eu não prestar a devida atenção, viverei aleatoriamente.

 

Tem dias que o céu está limpo, noutros cinzento. Tem dias que venta, noutros a calmaria se faz presente. Tem dias que o sol desponta festivamente, noutros dorme nos braços do horizonte. Tem dias que acordo leve, noutros a turbulência bagunça meu espiritual deixando tudo fora do contexto. Assim, é a misteriosa vida, cheia de altos e baixos, assim como nós. Por sermos parte de todo esse contexto, nos igualamos ao ciclo da natureza. O Universo se movimenta constantemente e nos chama para que estejamos no mesmo patamar. Dificilmente conseguimos chegar nesse nível, mas chegaremos lá.

 

Com o tempo vamos percebendo todo esse movimento e entenderemos a razão e o porquê da nossa vinda e da nossa missão. É um processo. Uma evolução. Muitas vezes se torna doloroso, porém necessário. A evolução é um processo que move e movimenta as águas serenas trazendo à tona todo aquele resíduo acumulado. Parece improvável, mas é a realidade de um passado que nem lembramos. Viemos de muitos recomeços. A bagagem é grande. Só o chamado da vida pode nos restaurar para o novo.

 

Rita Padoin

Escritora

terça-feira, 9 de abril de 2024

Sucesso Interno e Externo

Como mudei! Nossa. Nem acredito. Eu era uma menina cheia de sonhos e de expectativas. Vivia no mundo da lua como se o mundo fosse um brinquedo nas minhas mãos. Parecia fácil demais naquela época. Sentia-me leve e solta como uma pluma. Na verdade, como uma borboleta colorida e livre. Não via problemas ao meu redor. Crise financeira? Nem passava perto.

 

Hoje, continuo sonhando, tendo expectativas, mas sou realista. Sonho com os pés no chão. Cada ano que passava eu entendia menos da vida porque eu queria coisas que eram apenas um sonho meu. A realidade ficava escondida atrás das cortinas. E que realidade cruel. Olho para atrás e vejo que a maioria dos sonhos não se concretizaram. Eram meus sonhos e não os da vida.

Com minhas andanças, crescimento e evolução, fui vendo que a vida é um rasgar de pele. Um chicote sem mãos segurando-o. Uma longa e difícil caminhada. Tropeços e mais tropeços. A minha realidade mudou. Fiquei frustrada? Muito! Sair de um mundo colorido e ver que não era nada daquilo que eu imaginava, foi terrível.

 

De repente, vi-me num buraco fundo e escuro. Foi horrível. Pensei que nunca mais ia sair de lá. Que sensação esquisita. Uma loucura. Foi desta forma que percebi que tinha crescido. Que não era mais aquela menininha boba e infantil com sonhos coloridos. Que a vida tinha me empurrado de um precipício para eu acordar e enxergar o mundo real. Dei-me conta de que tudo tinha mudado. As pessoas tinham ficado mais velhas. Os lugares foram reformulados. As casas deram lugar aos edifícios. As árvores, as ruas. Tudo tinha mudado, menos eu. Entendi então o que a vida estava querendo. Entendi que as mudanças são chaves para o sucesso interno e externo.

 

Rita Padoin

Escritora

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Lançamento de Livro

Lançamento do Livro "Omero, Uma Vida em Movimento" de Omero De Bona. Uma noite memorável entre amigos.  







segunda-feira, 1 de abril de 2024

Nossas Fases

Somos fases. Cada qual com seu alinhamento. Iluminamos quando encaramos nosso sol interno e refletimos além da nossa intensidade. Só assim conseguimos observar nosso planeta. Criamos nosso momento enquanto crescemos ou precisamos nos encolher. São as fases da vida. Todas com o seu momento sanfona.

Quando somos “nova” passamos invisíveis aos olhos observadores. Enquanto estamos no nosso momento de transição, continuamos o nosso movimento em torno de nosso planeta.

Quando estamos “cheia” conseguimos nos ver por completa. Nosso momento se torna intenso e quando estamos alinhados, acontecem nossos eclipses.

Quando minguamos nos tornamos intermediários. Diminuímos gradativamente e nem por isto deixamos de lado nosso lado apogeu.

Nossos movimentos se transformam e se alinham em torno do nosso próprio eixo.

Rita Padoin

Escritora



sábado, 30 de março de 2024

Reino da Fantasia

A paz reina no reino dos que ainda acreditam na fantasia. Acreditam que o amor é a nossa proteção. Que somos reis e rainhas, super-heróis e elementos fundamentais para descortinar as ilusões. Cada um leva o que tem de melhor. Os nossos ideais nunca serão levados a sério se o que nos embalam não estiverem alinhados. Ninguém sobreviverá aos elementos simplesmente jogados ao léu. Tudo deverá estar alinhado, coordenado e seguramente entrelaçado. Assim, seremos envoltos por uma película invisível que nos garantirá o sucesso da nossa jornada.


Rita Padoin

Escritora

quinta-feira, 28 de março de 2024

Rodas de Conversas

No dia 26 de março, participei como Escritora convidada do Projeto “Cinema Itinerante em Escola Pública”, em formato de um fulldome, idealizado pela Professora Sandreia Heleodoro, na Escola Básica Melchiades B. Espindola, no Município de Balneário Rincão. Foi uma experiência simplesmente mágica. Tive o privilégio de conhecer o projeto e participar de rodas de conversas com alunos para debate acerca dessa inovação para a escola, que é o cinema em formato côncavo para exibição em tela meia cúpula.

Os alunos partilharam na roda de conversa a vivência que tiveram em relação ao projeto e socializaram a respeito do lugar onde vivem expondo sua satisfação ou não em relação ao pertencimento do lugar em que residem.

Meus agradecimentos a Professora Cida, a idealizadora do projeto Sandreia e toda direção da Escola pelo acolhimento e recepção.






sábado, 23 de março de 2024

Ponto de Equilíbrio

Quando preciso dizer algo, divago pelos campos sem fim. Sem sombra de dúvida esse campo vai ter muito a me dizer. E no silêncio do momento há uma voz que grita. Um soluço que engasga. Uma indicação do meu destino. Vivo de pequenos momentos. Para uns, pode ser pouco, mas para mim é o suficiente.

 

Sou uma mistura de vários temperos. Às vezes me perco no meio de tantos aromas. Tantos sabores e dissabores. Noutras me sinto como se eu estivesse em uma gangorra num parque de diversões tentando me equilibrar. Meus passos se tornam pesados. Meu intelecto aguçado me segura firme dizendo que há uma dualidade me equilibrando desses impasses. Caminho então lentamente nessa direção que me leva a um ponto que desconheço. Um ponto de certezas. Um ponto de equilíbrio. Um ponto de luz.

 

Quero ter no meio disto tudo, o ponto estratégico. A segurança. A disciplina. A ordem. Sei que a dificuldade vem a todo momento. Ela pesa na balança do tempo. Sou a coragem misturada com o medo de atravessar e seguir em frente. Uma força me diz que serei o que eu quiser se vestir a força e deixar escorrer entre meus dedos o medo.

 

Aprendi a lição que é vivendo um dia de cada vez que consigo me achar. Aprendi lembrando de que eu sou o meu presente e que conseguirei enfrentar as tempestades sozinha. Aprendi que viver é isto, um mar de emoções. Um vendaval de incertezas. Um terremoto de devastações e incertezas, trazendo com ele, a paz depois. Aprendi tanta coisa que desaprendi a ser quem eu era e renasci.

 

Rita Padoin

Escritora

quinta-feira, 21 de março de 2024

21 de Março - Dia da Poesia

Cai a Tarde

 

Cai a tarde e o céu arde em chamas.

Entre nuvens espessas o sol se despede.

Os olhares se cruzam e pelos caminhos

Longos e silenciosos, a paz reina.

 

A noite surge lentamente entre os arvoredos

Longos e retilíneos. Morrem as horas, os nós

E as loucuras. O tempo cavalga apressadamente

Em seu cavalo alado sem olhar para trás.

 

Assim, o momento vai se desfazendo aos poucos.

Sem percebermos, toda aquela plenitude e

Encantamento vai se dissipando.

Resta apenas a lembrança de um dia especial.

 

Rita Padoin

domingo, 10 de março de 2024

Picância

O paladar sentiu quando o vinho escorreu

Pelos botões gustativos uma picância.

O sentimento se elevou atraindo as fortes emoções

Descartando aos poucos as desilusões e

Entregando apenas o dulçor da fruta dos deuses.

 

Rita Padoin

sábado, 2 de março de 2024

Vivo de Urgências

Vivo de urgências

Uma a uma.

Todas de formas diferentes

De um tempo corrido. Um tempo único

Sem a louca e alucinada vida.

 

Vivo de urgências

Com o mundo todinho dentro de mim.

Uma sensação intensa!

Brutalmente intensa.

Meus órgãos chegam a se movimentar.

 

Vivo de urgências

Urgências que abrem caminhos

Levam as dores embora

Acodem minhas indecisões

Limitam meus passos indesejáveis

 

Vivo de urgências

Urgências de abraços

De beijos amigáveis

De carinhos intermináveis

E loucuras adoráveis.

 

Rita Padoin



sábado, 24 de fevereiro de 2024

Incomodações Alheias

Quando eu era jovem

Minha pele era rósea

Meus cabelos, castanhos e ondulados

Tinham um brilho intenso.

Quando a luz refletia, pareciam fios de ouro

Caindo em cascatas.

Meu rosto tinha um formato oval

Era bonito, romântico e meio sensual.

Mas, meu corpo era de um magro esquelético

Aparecia apenas os ossos e nada mais

Usavam várias linguagens para os apelidos

Sentia-me envergonhada e sem jeito

Escondia-me entre a sombra do amanhã

E nas minhas invisíveis asas angelicais.

Sem sombra de dúvida ficaram marcas profundas

Dilaceraram meu íntimo e cuspiram no meu brio.

Hoje, restaram ainda marcas daquela época

Porém, joguei no vácuo e vivo sem lembrar dessas

Pequenas e intoleráveis incomodações alheias.

 

Rita Padoin


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Pessoas

Pessoas vem e vão.

As que ficam,

Deixam um perfume.

Um aroma adocicado.

As que vão deixam um pedaço seu e

Levam um pedaço de nós.

Das que vão fica a saudade de um dia

Ter vivido intensamente.

As que ficam, nos embalam

Nos abraçam e nos aconchegam.

Assim, são as pessoas que passam por nós.

 

Rita Padoin


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Tenho certa Urgência

Tenho certa urgência de me conhecer melhor

De me adaptar com certas exigências

De extrair de dentro de mim o sabor que acolhe

O sabor amargo misturado com doce

O sabor que equilibra o meio termo

Ou o inteiro, ou o equilíbrio, ou o desequilíbrio

Tenho certa urgência de te encontrar

Em um certo momento da minha existência

E te lembrar que somos um só nessa imensidão.

Que a vida está nos dando a chance do reencontro

Tenho certa urgência de te dizer que além de tudo

Nada mais importa a não ser o desejo de ser o que sou de verdade.

De me buscar, de me proteger, de me abraçar, de me olhar

E nessa minha certa urgência de renascer contigo ao meu lado.

Rita Padoin

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Saudade

Se a saudade tivesse um tamanho exato,

Uma textura fina ou uma cor extravagante

Teria como identificá-la.

Mas a saudade é invisível

Incolor e silenciosa

Tem a dor do querer

A dor do ter e

A dor do buscar

A cor, a textura e o tamanho

Depende do grau de importância

Que damos ao sentimento

E a pessoa que amamos.


Rita Padoin



domingo, 21 de janeiro de 2024

Exposição na XIV Vindima Goethe

Participação na XIV Vindima Goethe em Urussanga com exposição das obras de minha autoria. Muito honrada pelo convite. Meus agradecimentos ao Diretor de Turismo Gilmar Trevisol pela lembrança. Muito importante esta participação dos artistas de Urussanga e região nesse evento tão significativo para o nosso Município.
Um tributo ao fruto único, típico e raro da Uva Goethe, uma tradição à cultura dos imigrantes.











sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Palestra na APAE em Urussanga SC

Muito honrada pelo convite para dar uma palestra aos professores e profissionais da área na APAE - Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais de Urussanga.
Meus agradecimentos a Marizete Concer e a Luciana pelo convite e pela receptividade. É sempre uma alegria e uma satisfação poder passar para as pessoas um pouquinho da minha caminhada e da minha luta para chegar aonde cheguei.