Enquanto aguardo o chamado da vida relembro os dias que
fiz de tudo para entender o que tinha acontecido. São as vagas lembranças do
meu compreender. Nada servirá se eu não viver o momento. Se eu não captar o que
está acontecendo. Se eu não tiver nas mãos explicações. Se eu não me reerguer
para entender. Tenho a nítida impressão de que as respostas sempre estiveram ali
presentes no meu dia-a-dia, porém meus olhos estavam vendados. Esta é uma
afirmação, não uma dúvida. Todos os dias tenho as respostas, sinais, perguntas,
interrogações, exclamações e se eu não prestar a devida atenção, viverei aleatoriamente.
Tem dias que o céu está limpo, noutros cinzento. Tem
dias que venta, noutros a calmaria se faz presente. Tem dias que o sol desponta
festivamente, noutros dorme nos braços do horizonte. Tem dias que acordo leve,
noutros a turbulência bagunça meu espiritual deixando tudo fora do contexto.
Assim, é a misteriosa vida, cheia de altos e baixos, assim como nós. Por sermos
parte de todo esse contexto, nos igualamos ao ciclo da natureza. O Universo se
movimenta constantemente e nos chama para que estejamos no mesmo patamar.
Dificilmente conseguimos chegar nesse nível, mas chegaremos lá.
Com o tempo vamos percebendo todo esse movimento e
entenderemos a razão e o porquê da nossa vinda e da nossa missão. É um
processo. Uma evolução. Muitas vezes se torna doloroso, porém necessário. A
evolução é um processo que move e movimenta as águas serenas trazendo à tona
todo aquele resíduo acumulado. Parece improvável, mas é a realidade de um passado
que nem lembramos. Viemos de muitos recomeços. A bagagem é grande. Só o chamado
da vida pode nos restaurar para o novo.
Rita Padoin
Escritora
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