segunda-feira, 21 de junho de 2010

Oblação...Rita Padoin

O vinho molhará meus lábios
em noite de homenagem a ela
rainha e sutil como a esfinge
no negror da noite surge
retalhando o céu intensamente
abocanhando olhares admiradores

no tilintar das taças os sons
acordam as ninfas adormecidas
enlouquecendo os espíritos naturais
das matas onde as divindades habitam
tomando variedades de formas
das forças elementares da natureza

regando as lágrimas dos céus
fonte inesgotável de beleza
as tribos da antiguidade agradecem
a alma que dá a inspiração para gorgolejar
vocábulos vaidosos que dançam
nas linhas atrevidas de um pergaminho...

Quando Eu te encontrar- Biquíni Cavadão

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Enigma...Rita Padoin

No deserto imaginário
minha astúcia arde como o sol
torno-me insana diante da imponência
suporto angústias e domino a impaciência
que tenta predominar o instinto que corroem
o intelecto sem aguilhoar...

os sons revelam segredos sutis e profundo
entrego-me com volúpia
o dragão do peito explode
aquecendo o coração fragilizado
aprisionado entre as correntes
da razão e do querer-te...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Escultura...Rita Padoin

Esculpido com cuidado e formas de um Deus
na boca o encanto e a doçura da fruta amadurada
que desponta para ser saboreada
nos olhos a intensidade da lança que ao atingir
o âmago apaixonado desfalece
sob a luz quente de um foco luminoso
contemplei intensamente o corpo escultural...

na rebeldia desses meus versos foco
palavras cuidadosamente planejadas
num continuo processo dialéctico de afirmação
para dar sentido no que quero regurgitar
nas linhas de um poema estendido
o vento golpeia o malar em minha face
rasgando a pele trazendo-me a realidade...

senhor do meu universo porque te escondes
na penumbra da tua audácia...
minhas pálpebras cerram diante da palidez
e frieza do corpo sonâmbulo ali diante de mim
vislumbro-te diante do limiar da noite
meus olhos gravitam na tua orbita
invocando o oráculo dos Delfos...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Harmonia...Rita Padoin

No côncavo de um vale, aninhei-me
Contemplei estrelas e senti-me observada
com a acepção da palavra
recostei-me nos braços da relva
e descansei...descansei sob os olhares
perquiridores da mãe natureza...

as gotículas no invisível voaram
arrebatadas pelo vento
deslizando as ladeiras do meu corpo
e da fenda brota imponente a lua
lindamente adornada com trajes imortal
explodindo com brilho intenso divinamente

do lago surge exuberante e soberano
o cisne que desliza sobre as águas
explodindo sua feminilidade majestosamente
igual a fênix que renasce
das gotas aromáticas e quente
do fogo renovador para a vida...