Quando preciso dizer algo, divago pelos campos sem
fim. Sem sombra de dúvida esse campo vai ter muito a me dizer. E no silêncio do
momento há uma voz que grita. Um soluço que engasga. Uma indicação do meu
destino. Vivo de pequenos momentos. Para uns, pode ser pouco, mas para mim é o
suficiente.
Sou uma mistura de vários temperos. Às vezes me
perco no meio de tantos aromas. Tantos sabores e dissabores. Noutras me sinto
como se eu estivesse em uma gangorra num parque de diversões tentando me
equilibrar. Meus passos se tornam pesados. Meu intelecto aguçado me segura firme
dizendo que há uma dualidade me equilibrando desses impasses. Caminho então lentamente
nessa direção que me leva a um ponto que desconheço. Um ponto de certezas. Um
ponto de equilíbrio. Um ponto de luz.
Quero ter no meio disto tudo, o ponto estratégico. A
segurança. A disciplina. A ordem. Sei que a dificuldade vem a todo momento. Ela
pesa na balança do tempo. Sou a coragem misturada com o medo de atravessar e
seguir em frente. Uma força me diz que serei o que eu quiser se vestir a força
e deixar escorrer entre meus dedos o medo.
Aprendi a lição que é vivendo um dia de cada vez que
consigo me achar. Aprendi lembrando de que eu sou o meu presente e que
conseguirei enfrentar as tempestades sozinha. Aprendi que viver é isto, um mar
de emoções. Um vendaval de incertezas. Um terremoto de devastações e incertezas,
trazendo com ele, a paz depois. Aprendi tanta coisa que desaprendi a ser quem
eu era e renasci.
Rita Padoin
Escritora
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