sábado, 23 de março de 2024

Ponto de Equilíbrio

Quando preciso dizer algo, divago pelos campos sem fim. Sem sombra de dúvida esse campo vai ter muito a me dizer. E no silêncio do momento há uma voz que grita. Um soluço que engasga. Uma indicação do meu destino. Vivo de pequenos momentos. Para uns, pode ser pouco, mas para mim é o suficiente.

 

Sou uma mistura de vários temperos. Às vezes me perco no meio de tantos aromas. Tantos sabores e dissabores. Noutras me sinto como se eu estivesse em uma gangorra num parque de diversões tentando me equilibrar. Meus passos se tornam pesados. Meu intelecto aguçado me segura firme dizendo que há uma dualidade me equilibrando desses impasses. Caminho então lentamente nessa direção que me leva a um ponto que desconheço. Um ponto de certezas. Um ponto de equilíbrio. Um ponto de luz.

 

Quero ter no meio disto tudo, o ponto estratégico. A segurança. A disciplina. A ordem. Sei que a dificuldade vem a todo momento. Ela pesa na balança do tempo. Sou a coragem misturada com o medo de atravessar e seguir em frente. Uma força me diz que serei o que eu quiser se vestir a força e deixar escorrer entre meus dedos o medo.

 

Aprendi a lição que é vivendo um dia de cada vez que consigo me achar. Aprendi lembrando de que eu sou o meu presente e que conseguirei enfrentar as tempestades sozinha. Aprendi que viver é isto, um mar de emoções. Um vendaval de incertezas. Um terremoto de devastações e incertezas, trazendo com ele, a paz depois. Aprendi tanta coisa que desaprendi a ser quem eu era e renasci.

 

Rita Padoin

Escritora

Nenhum comentário:

Postar um comentário