sábado, 16 de agosto de 2025

Tapiz Gracioso

Rumoreja entre os prados e alamedas

A aragem de um fim de tarde calmo

E sobre o tapiz gracioso, o luar se estende

Como um lençol que sacoleja sobre o vento.

 

Folhas preguiçosamente caem e flutuam

Durante a estação mais pálida do ano

Antes de se acomodarem no chão

Forrando o caminho como se fosse pintura.

 

A palma da mão segura um segredo

Com medo de a verdade ser revelada

E os negros olhos do além cravejam

Nos ambarados selvagens da cria.

 

Nas ruas desertas e frias de inverno

Correm disparados os ponteiros do relógio

Fazendo o tempo não entender seu papel

Nesta caminhada entre as horas, os dias e os anos.

 

E os olhares alheios não percebem

Que nada mais será a mesma coisa

Tudo é metaforicamente entendido

Como uma poética entre o agora e o fim.

 

Rita Padoin




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