Tem dias que as lágrimas vêm sem ser convidada. A
gente procura segurar, aperta os olhos tentando impedi-la, mas ela não obedece.
Escorrem entre o malar e sentimos queimar como fogo. Lágrimas são o termômetro
dos nossos momentos tristes ou alegres que brotam e desabrocham como uma flor.
Tem dias que a saudade chega de mansinho e o peito
dói. Dói tanto que a gente pensa que vai morrer. Dá a impressão de que o
coração está sendo esmagado com as nossas próprias mãos. O peito se encolhe abraçando
todos os órgãos deixando aquela sensação angustiante.
Tem dias que estamos tão fracos, tão fracos, que não
conseguimos nem levantar da cama. O corpo fica inerte e os pensamentos não
conseguem se alinhar. A gente não sabe como proceder nestes casos. Tudo fica
muito nebuloso.
Mas, tem aqueles dias que o peso estávamos sentindo
se encarregou de ir embora sem ao menos se despedir. Nosso peito fica leve e os
dias coloridos. Aí vamos percebendo que vivemos em conflito conosco desde o
sempre. Dias bons. Dias ruins. Nascemos, crescemos, vamos ficando adultos e
percebemos que precisamos lutar.
Que crescer é um emaranhado de lutas e só vamos ser
felizes quando entendermos toda essa loucura.
Escritora
Nenhum comentário:
Postar um comentário