De tempos em tempos, reciclo minhas energias – rego o
jardim, rascunho versos, ouço músicas. Cada canto é uma mistura de sentimentos
oblíquos. Não entendo os porquês, nem as razões. Não entendo nada. Nada mesmo. Ainda
assim continuo a olhar, por entre as frestas da janela do tempo, para descobrir
o obvio – aquilo que foi me oferecido nas entrelinhas. Recordo algumas coisas: outras
nem sei por que estou aqui.
Minhas intenções são as melhores, mas não entende –
ou finge que não entende. Há risco de se ferir com as próprias lutas e com as
próprias mãos. Não consigo lidar com tudo isso. Será que entende? Tenho meus
métodos, minhas razões, minhas atitudes. Gostaria de ser mais paciente, mais
racional, mas é tão complicado. – tão fora da minha realidade.
Sinto que preciso me concentrar, encarar com mais
naturalidade, aceitar exatamente do nosso jeito. Os mistérios existem para serem
desvendados. Abrir portas e encarar a realidade nua e crua. Meus pés estão
dormentes: andar sem saber se o caminho é o certo cansa. Seguir convicta de que
estou certa também é arriscado. Arriscar ou caminhar devagar? Eis a questão.
Prefiro, pensar e repensar as razões...
Rita Padoin

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