Escrevo como se a escrita fosse uma fuga. Um túnel fundo e sem fim para que eu consiga despejar todas as minhas angústias, insatisfações e temores. Entro nas entrelinhas e exponho o que ninguém pode saber. O que estou sentindo. Os meus segredos mais secretos. Quando me exponho entre as linhas me liberto de toda e qualquer façanha que por ventura venha me atormentar. Só consigo me libertar assim. Sou intensa do início ao fim. Por isto nem tudo posso falar. Nem tudo posso dissolver como num passe de mágica. Só me revelo entre as linhas.
Se quiserem me conhecer a fundo, tem que entrar dentro
de mim através da escrita. E essa abertura só se dá quando as almas se conectam
e para que isto se concretize, é necessário se fundir e essa fusão é como ouro
em pedra. Dificilmente será revelada. É necessário interagir ou integrar-se por
inteiro em todo esse processo. Por isto, a escrita se torna uma fuga que me
eleva e me transporta para um mundo além.
Tem coisas que precisam ser despejadas
como se vomitássemos até as tripas para que haja uma limpeza profunda de dentro
pra fora. Não escrevo palavras temporárias. Elas precisam que ser eternas. Nada
é descartável neste mundo da escrita, desde que o sentimento verta
verdadeiramente e toque fundo o coração de quem estiver lendo.
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