Às vezes navego em águas revoltas e me
desaguo em um mar calmo e transparente. Noutras, essas águas revoltas me levam
a um distúrbio de emoções. Uma mistura de sentimentos e loucura. Levam-me a um
mundo extremamente estranho e sombrio. Às vezes tenho medo, mas sigo com a convicção
de que sairei ilesa. Quando estou na calmaria, apenas flutuo e deixo o mar me
levar. Agora, quando são em águas turbulentas, procuro me manter sóbria e
calma. Vou nadando em braçadas largas lutando contra a maré revolta até chegar
a um lugar seguro.
Aninho-me num abraço frouxo e fraternal que me dá o que eu preciso no momento. Nem sempre os abraços apertados revelam ou amparam. Decidi que nem sempre preciso do outro e sim de mim. Do meu afago. Do meu amor. Da minha luta pela sobrevivência. Do meu abraço. Do meu Eu esquecido em algum lugar e que preciso resgatá-lo. Só eu consigo me salvar e ninguém mais.
Rita Padoin
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