Estamos sempre tentando entender o outro. Entender,
decifrar e consequentemente tentar tirar o máximo que podemos dele. Entendemos
que é a nossa missão. Decifrar aquilo que nos interessa. Sabemos que é tarefa
deveras difícil e complicada, mas, nem sempre conseguimos superar esses pormenores.
Os momentos que acabamos deixando de lado geralmente são os que mais tem peso
no lado leve da balança. Por que não entendemos? Por que tentamos desviar o
olhar? Por que não tentamos olhar para dentro de nós ao invés de querer tanto
saber do outro? Quantas perguntas não é mesmo? Somos assim. Cheios de dúvidas,
questionamentos, buscas e querendo sempre estar à frente daquilo que não nos
pertence. Podemos dizer que não é nossa culpa, pois somos cheios de defeitos
que não aceitamos, e de buscas que nem mesmo sabemos o que encontrar.
terça-feira, 26 de dezembro de 2023
Entendendo o Outro
segunda-feira, 18 de dezembro de 2023
O Brilho das tuas Pupilas
Quando o brilho das tuas pupilas cravarem no côncavo
do meu olhar, tudo se envolverá em torno de uma névoa densa. Neste momento tudo
que era invisível se tornará visível, pois se tornará uno. Densa seria se as
loucuras dessa aproximação não fossem tão intensas. São tantas imaginações que
o que está envolvo se dissolverá em partículas líquidas. Alagaria toda a
performance de um lugar quase incomunicável. Mas, todas essas imaginações são
na realidade reais. Os brilhos são luzes vivas e cintilantes como a estrela
central do sistema solar.
Rita Padoin
domingo, 17 de dezembro de 2023
2ª Feira Cultural O TURCO
A Feira “O Turco” aconteceu no dia 16/12/2023, é um projeto que visa fomentar a
Cultura e gerar transformação na vida de todos os trabalhadores e
trabalhadoras da cultura de Urussanga e região.
A cultura contribui de forma eficaz para a
formação dos pilares fundamentais da sociedade, já que atua como ferramenta de
fortalecimento das identidades coletivas, gera economia e age como um poderoso
instrumento de inclusão social.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2023
Brumas ao Vento
Tenho sérios problemas de me envolver com planejamentos muito distantes ou como dizem: a longo prazo. Sempre quero o agora. O amanhã sempre ficou distante e o ontem, às vezes me atormenta, mas nada que não se possa resolver ou curar. As feridas do passado têm um gosto meio amargo. Não saboreio esses desafetos. Prefiro viver o hoje e sentir o gosto doce do agora.
Tento levar a vida como se fosse uma dança. Num palco bem espaçoso.
Numa dimensão imensurável. Com meus pés acompanhando o ritmo da música e
deslizando como se eu estivesse em cima dos patins. É compreensível estar num
patamar onde a música consiga dominar o ambiente e nós. Dançar, dançar,
dançar...dissolver-me em uma única dança como brumas ao vento.
Rita Padoin
quinta-feira, 14 de dezembro de 2023
Abraço Frouxo
Às vezes navego em águas revoltas e me
desaguo em um mar calmo e transparente. Noutras, essas águas revoltas me levam
a um distúrbio de emoções. Uma mistura de sentimentos e loucura. Levam-me a um
mundo extremamente estranho e sombrio. Às vezes tenho medo, mas sigo com a convicção
de que sairei ilesa. Quando estou na calmaria, apenas flutuo e deixo o mar me
levar. Agora, quando são em águas turbulentas, procuro me manter sóbria e
calma. Vou nadando em braçadas largas lutando contra a maré revolta até chegar
a um lugar seguro.
Aninho-me num abraço frouxo e fraternal que me dá o que eu preciso no momento. Nem sempre os abraços apertados revelam ou amparam. Decidi que nem sempre preciso do outro e sim de mim. Do meu afago. Do meu amor. Da minha luta pela sobrevivência. Do meu abraço. Do meu Eu esquecido em algum lugar e que preciso resgatá-lo. Só eu consigo me salvar e ninguém mais.
Rita Padoin
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
Doces Lágrimas
É
preciso deixar ir.
O
rio corre para o mar pacientemente
E
no trajeto não se deixa abater.
O
mar sem entender,
Recebe
e acolhe as doces lágrimas
Da saudade
e no tracejar das ondas salgadas
Toda
aquela límpida vertente
Se
desfaz completamente.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2023
Rejeição
Tem gente que tem medo da rejeição. Eu por exemplo,
tenho medo. Um medo incompreensível, que me analisa e me avalia. Mas isto serve
apenas para o ato da conquista. Fora isto, não tenho medo. Será que a rejeição
tem a ver com a falta de algo que nos deixa um vazio? Ou esse medo tem um outro
significado? Talvez, a rejeição seja um ato de fazer com que olhemos para
frente em busca de um novo caminho. Porque o que não enfrentamos, não faz parte
da nossa vida.
Rita Padoin
sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
Fuga
Escrevo como se a escrita fosse uma fuga. Um túnel fundo e sem fim para que eu consiga despejar todas as minhas angústias, insatisfações e temores. Entro nas entrelinhas e exponho o que ninguém pode saber. O que estou sentindo. Os meus segredos mais secretos. Quando me exponho entre as linhas me liberto de toda e qualquer façanha que por ventura venha me atormentar. Só consigo me libertar assim. Sou intensa do início ao fim. Por isto nem tudo posso falar. Nem tudo posso dissolver como num passe de mágica. Só me revelo entre as linhas.
Se quiserem me conhecer a fundo, tem que entrar dentro
de mim através da escrita. E essa abertura só se dá quando as almas se conectam
e para que isto se concretize, é necessário se fundir e essa fusão é como ouro
em pedra. Dificilmente será revelada. É necessário interagir ou integrar-se por
inteiro em todo esse processo. Por isto, a escrita se torna uma fuga que me
eleva e me transporta para um mundo além.
Tem coisas que precisam ser despejadas
como se vomitássemos até as tripas para que haja uma limpeza profunda de dentro
pra fora. Não escrevo palavras temporárias. Elas precisam que ser eternas. Nada
é descartável neste mundo da escrita, desde que o sentimento verta
verdadeiramente e toque fundo o coração de quem estiver lendo.