segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

MINGUANTE

Lá fora ainda é escuro. No céu apenas um fio dourado. É minguante.
Amanhã talvez não a veremos mais. Apenas um céu negro como a madrugada.
O eco apavorará os que dele tem medo e o som do invisível emudecerá.
No pensamento apenas lembranças de uma noite que deixará saudades.

O vento nordeste quebra o silêncio. Os olhos vagam, entre os vidros da janela aberta, ainda se consegue ver lá fora o balançar das árvores. 
O coração se agita e bate descompassado. O medo se faz presente.
Uma vertigem percorre o corpo e a sensação é de frio.

Até o dia clarear ainda faltam algumas horas. Os pássaros nem acordaram.
As folhas ao balançarem me reportaram há um tempo passado.
A sensação é de bem estar. De tranquilidade. De leveza. De levitação.
Um encontro de paz e de tranquilidade entre a alma e o espirito.

Rita Padoin

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