Ultimamente, minha vida tem andado sem sentido, sem
rumo e sem direção. Não gosto quando estou assim. Fica aquela sensação de que
tudo está sem paladar, sem sabor, sem cor, pálida. Parece-me uma provocação da
vida. Um desatino. Será que a vida está me testando? Tentando me dizer algo que
não consigo entender? Talvez. Tem coisas que entendo, outras não. Tem coisas
que compreendo, outras não. É tão mais forte que eu!
Preciso entender para não enlouquecer ou ficar
estática. Preciso estar atenta. Muito atenta. Terminar o que parece inacabado.
Fechar ciclos. Buscar o inevitável. Alinhar tudo no seu devido lugar. O tempo e
a vida tem me ensinado muitas coisas e uma delas, é aceitar, ou aceito ou desalinho.
E aceitar, é a forma mais amena de sobreviver. Não quero me desalinhar. Quando
me desalinho, fico tão vulnerável que pendo de um lado a outro sem uma noção
certa de onde vou me fixar e isto me deixa muito abalada e sensível. E ficar
sensível num mundo nada convencional a isto, é doloroso demais. Arranha minha
alma. Machuca meu espírito. Fere minha carne como ferro quente.
Preciso escolher certas coisas que me desagradam, e
escolher é muito difícil, principalmente quando a escolha é imposta de alguma
forma. Geralmente é assim. Preciso me recompor a maioria das vezes. Ficar
alinhada na linha imaginária me equilibrando, mas é muito difícil.
Principalmente quando na nossa frente há obstáculos que insiste em nos
afrontar. Quando os opostos não se atraem então! É um martírio. Mas, ciclos
precisam ser fechados.
Tudo deverá estar no seu devido lugar. Estou tentando
reorganizar meus pensamentos e descobrir o que está do outro lado da linha
invisível, que divide o meu mundo real, do mundo irreal; dos mistérios da vida
e dos meus. É difícil. Principalmente quando do meu lado algo insiste em me
deixar fora do eixo.
O sentido da vida está aonde menos esperamos. É
necessário estarmos muito focado no caminho, seja ele tortuoso ou não. Vivemos
muito alheios e isto tem deixado o ar poluído. Precisamos manter o equilíbrio
emocional e respirar o ar que está dentro do nosso inconsciente e colocar para
fora. Só assim, o sentido da vida que tanto buscamos, se revelará
automaticamente.
Rita Padoin