Pessoas, eu as tiro
da minha vida, em questão de segundos, num piscar de olhos, num estalar de
dedos, num súbito sacudir de ombros. Eu as tiro como quem tira o que lhe
incomoda ou o que não lhe faz bem ou não lhe satisfaz. Tiro-as, rapidamente
como um delirar espontâneo, uma brisa passageira ou um temporal de verão.
Pessoas, eu as
deixo na minha vida, em questão de milésimo de segundo. Deixo-as quando valem
apena. Quando demonstram gratidão, respeito e emoção. Eu as deixo quando o meu
peito sorri, a alma agradece e o momento se torna inesquecível. Quando a sua
chegada, é como o sol que aponta nos braços do horizonte. É quando o céu
inteiro sorri, mesmo quando não há um astro se quer visível. É quando o mar
deslisa na areia e beija os pés de quem passa por ele.
Tudo depende das
circunstâncias, dos acasos, das limitações, das ilimitações, dos trajetos. Tudo
depende de uma série de interferências ou não.
Pessoas, são
dádivas. Por isto, preservo, cuido, aconchego, alimento, embalo, abraço, como
se fossem um tesouro muito valioso. Portanto, ao se aproximar, olhe, observe,
pense, analise, fique atento. Não iluda e nem deixe o descaso entrar. Seja
simplesmente mágico, como a vida.
Recebemos da vida
aquilo que somos, aquilo que damos, aquilo que preservamos e aquilo que nos
importamos. Se quisermos receber, temos que dar, doar e se empenhar o melhor
que podemos ser. A vida é um espelho, o seu reflexo é o que emitimos.
Rita Padoin
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