Comparo-te inverno, com as brancas e límpidas pétalas.
Comparo-te, com a estação sem cor. Com as águas serenas.
Comparo-te, com o silêncio. Quieto, intenso e nostálgico.
Comparo-te, com a cor. Branca, pálida e transparente.
Ah! inverno, trazes nostálgicas lembranças de um passado
Que ficou guardado a sete chaves, de um tempo esquecido.
Tão branco, tão leve e tão suave como as nuvens do céu
Tão insensível e intempestivo, como o vulcão em plena
erupção.
Comparo-te inverno, com a magia do vento. Forte e intenso.
Comparo-te, com o tempo. Sensível e abrasador.
Comparo-te, com a manhã. Silenciosa e delicada.
Comparo-te, com o poder, a loucura e a insensatez.
Ah! inverno, quando resolves aparecer sem avisar
Derrubas paredes invisíveis. O dia se torna noite e a noite
se torna única.
A tempestade faz reverências e se vai sem nenhum aceno.
Vens e trazes contigo o imprevisível e o improvável.
Comparo-te inverno, com a imaginação...
Rita Padoin