segunda-feira, 18 de julho de 2016

COMPARO-TE INVERNO

Comparo-te inverno, com as brancas e límpidas pétalas.
Comparo-te, com a estação sem cor. Com as águas serenas.
Comparo-te, com o silêncio. Quieto, intenso e nostálgico.
Comparo-te, com a cor. Branca, pálida e transparente.

Ah! inverno, trazes nostálgicas lembranças de um passado
Que ficou guardado a sete chaves, de um tempo esquecido.
Tão branco, tão leve e tão suave como as nuvens do céu
Tão insensível e intempestivo, como o vulcão em plena erupção.

Comparo-te inverno, com a magia do vento. Forte e intenso.
Comparo-te, com o tempo. Sensível e abrasador.
Comparo-te, com a manhã. Silenciosa e delicada.
Comparo-te, com o poder, a loucura e a insensatez.

Ah! inverno, quando resolves aparecer sem avisar
Derrubas paredes invisíveis. O dia se torna noite e a noite se torna única.
A tempestade faz reverências e se vai sem nenhum aceno.
Vens e trazes contigo o imprevisível e o improvável.

Comparo-te inverno, com a imaginação...

Rita Padoin


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