terça-feira, 16 de abril de 2024

Escrever é uma Profissão

Minha mãe sempre me pergunta:

- Quando vais terminar de escrever?

- Nunca. Respondo

 

A escrita fez de mim morada. Se eu não conseguir colocar para fora, morrerei. Escrevo porque preciso. Escrevo porque é o meu alimento. Escrevo porque tenho necessidades urgentes. Escrevo porque ser escritor também é uma profissão.

 

Outras pessoas me perguntam também:

- Não estás aposentada?

- Sim. Respondo. Mas, tenho o outro trabalho que é o de escrever.

 

Mesmo que muitas pessoas não levem a sério a escrita, eu considero um trabalho. O meu trabalho. A minha profissão. O meu refúgio. A minha casa. A minha fuga. O meu remédio. A minha cura. É nas entrelinhas que coloco pra fora todas as minhas angústias, meus medos, minhas loucuras e meus devaneios e as minhas necessidades.

 

Mesmo que eu não tenha que cumprir horários como uma empresa. Mesmo que eu esteja em casa. Não tenho hora para escrever. É como se eu estivesse de plantão 24 horas por dia. Quando a inspiração vem tenho que estar preparada para recebê-la. Então, ser escritor é uma profissão sim e não adianta dizer o contrário.

 

Agradeço a Deus todos os dias pelo presente que ele me deu. Se a escrita não existisse na minha vida eu estaria morta. Então, vivo porque para eu poder existir preciso urgentemente escrever.

 

Rita Padoin

Escritora


sábado, 13 de abril de 2024

O Chamado da Vida

Enquanto aguardo o chamado da vida relembro os dias que fiz de tudo para entender o que tinha acontecido. São as vagas lembranças do meu compreender. Nada servirá se eu não viver o momento. Se eu não captar o que está acontecendo. Se eu não tiver nas mãos explicações. Se eu não me reerguer para entender. Tenho a nítida impressão de que as respostas sempre estiveram ali presentes no meu dia-a-dia, porém meus olhos estavam vendados. Esta é uma afirmação, não uma dúvida. Todos os dias tenho as respostas, sinais, perguntas, interrogações, exclamações e se eu não prestar a devida atenção, viverei aleatoriamente.

 

Tem dias que o céu está limpo, noutros cinzento. Tem dias que venta, noutros a calmaria se faz presente. Tem dias que o sol desponta festivamente, noutros dorme nos braços do horizonte. Tem dias que acordo leve, noutros a turbulência bagunça meu espiritual deixando tudo fora do contexto. Assim, é a misteriosa vida, cheia de altos e baixos, assim como nós. Por sermos parte de todo esse contexto, nos igualamos ao ciclo da natureza. O Universo se movimenta constantemente e nos chama para que estejamos no mesmo patamar. Dificilmente conseguimos chegar nesse nível, mas chegaremos lá.

 

Com o tempo vamos percebendo todo esse movimento e entenderemos a razão e o porquê da nossa vinda e da nossa missão. É um processo. Uma evolução. Muitas vezes se torna doloroso, porém necessário. A evolução é um processo que move e movimenta as águas serenas trazendo à tona todo aquele resíduo acumulado. Parece improvável, mas é a realidade de um passado que nem lembramos. Viemos de muitos recomeços. A bagagem é grande. Só o chamado da vida pode nos restaurar para o novo.

 

Rita Padoin

Escritora

terça-feira, 9 de abril de 2024

Sucesso Interno e Externo

Como mudei! Nossa. Nem acredito. Eu era uma menina cheia de sonhos e de expectativas. Vivia no mundo da lua como se o mundo fosse um brinquedo nas minhas mãos. Parecia fácil demais naquela época. Sentia-me leve e solta como uma pluma. Na verdade, como uma borboleta colorida e livre. Não via problemas ao meu redor. Crise financeira? Nem passava perto.

 

Hoje, continuo sonhando, tendo expectativas, mas sou realista. Sonho com os pés no chão. Cada ano que passava eu entendia menos da vida porque eu queria coisas que eram apenas um sonho meu. A realidade ficava escondida atrás das cortinas. E que realidade cruel. Olho para atrás e vejo que a maioria dos sonhos não se concretizaram. Eram meus sonhos e não os da vida.

Com minhas andanças, crescimento e evolução, fui vendo que a vida é um rasgar de pele. Um chicote sem mãos segurando-o. Uma longa e difícil caminhada. Tropeços e mais tropeços. A minha realidade mudou. Fiquei frustrada? Muito! Sair de um mundo colorido e ver que não era nada daquilo que eu imaginava, foi terrível.

 

De repente, vi-me num buraco fundo e escuro. Foi horrível. Pensei que nunca mais ia sair de lá. Que sensação esquisita. Uma loucura. Foi desta forma que percebi que tinha crescido. Que não era mais aquela menininha boba e infantil com sonhos coloridos. Que a vida tinha me empurrado de um precipício para eu acordar e enxergar o mundo real. Dei-me conta de que tudo tinha mudado. As pessoas tinham ficado mais velhas. Os lugares foram reformulados. As casas deram lugar aos edifícios. As árvores, as ruas. Tudo tinha mudado, menos eu. Entendi então o que a vida estava querendo. Entendi que as mudanças são chaves para o sucesso interno e externo.

 

Rita Padoin

Escritora

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Lançamento de Livro

Lançamento do Livro "Omero, Uma Vida em Movimento" de Omero De Bona. Uma noite memorável entre amigos.  







segunda-feira, 1 de abril de 2024

Nossas Fases

Somos fases. Cada qual com seu alinhamento. Iluminamos quando encaramos nosso sol interno e refletimos além da nossa intensidade. Só assim conseguimos observar nosso planeta. Criamos nosso momento enquanto crescemos ou precisamos nos encolher. São as fases da vida. Todas com o seu momento sanfona.

Quando somos “nova” passamos invisíveis aos olhos observadores. Enquanto estamos no nosso momento de transição, continuamos o nosso movimento em torno de nosso planeta.

Quando estamos “cheia” conseguimos nos ver por completa. Nosso momento se torna intenso e quando estamos alinhados, acontecem nossos eclipses.

Quando minguamos nos tornamos intermediários. Diminuímos gradativamente e nem por isto deixamos de lado nosso lado apogeu.

Nossos movimentos se transformam e se alinham em torno do nosso próprio eixo.

Rita Padoin

Escritora



sábado, 30 de março de 2024

Reino da Fantasia

A paz reina no reino dos que ainda acreditam na fantasia. Acreditam que o amor é a nossa proteção. Que somos reis e rainhas, super-heróis e elementos fundamentais para descortinar as ilusões. Cada um leva o que tem de melhor. Os nossos ideais nunca serão levados a sério se o que nos embalam não estiverem alinhados. Ninguém sobreviverá aos elementos simplesmente jogados ao léu. Tudo deverá estar alinhado, coordenado e seguramente entrelaçado. Assim, seremos envoltos por uma película invisível que nos garantirá o sucesso da nossa jornada.


Rita Padoin

Escritora

quinta-feira, 28 de março de 2024

Rodas de Conversas

No dia 26 de março, participei como Escritora convidada do Projeto “Cinema Itinerante em Escola Pública”, em formato de um fulldome, idealizado pela Professora Sandreia Heleodoro, na Escola Básica Melchiades B. Espindola, no Município de Balneário Rincão. Foi uma experiência simplesmente mágica. Tive o privilégio de conhecer o projeto e participar de rodas de conversas com alunos para debate acerca dessa inovação para a escola, que é o cinema em formato côncavo para exibição em tela meia cúpula.

Os alunos partilharam na roda de conversa a vivência que tiveram em relação ao projeto e socializaram a respeito do lugar onde vivem expondo sua satisfação ou não em relação ao pertencimento do lugar em que residem.

Meus agradecimentos a Professora Cida, a idealizadora do projeto Sandreia e toda direção da Escola pelo acolhimento e recepção.