domingo, 22 de setembro de 2024

Primavera

Abro a janela e deparo-me

com uma beleza desigual

flores desabrochando

colorido presente

perfume no ar

primavera batendo em minha porta

 

O que era cinza e frio

deu lugar ao brilho do sol

ao azul do céu

ao canto dos pássaros

à alegria das crianças

à palpitação de nossos corações

 

Com um sorriso e de braços abertos

Doou as boas vindas

Junto com a primavera

Me renovo...

Me inspiro...

espero as mudanças

de uma vida nova

tanto esperada...


Rita Padoin

Do Livro "Alma do Mar"

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Derrota x Sucesso

Nenhum de nós vive apenas por viver. Todos nós temos um sonho, um ideal ou um propósito. Vivemos porque sonhamos. Se não tivéssemos este propósito, estaríamos mortos. Quando falo em morte, falo da morte do espírito e não a da carne. A carne é apenas uma roupagem para nosso espirito habitar. Sem ela seríamos invisíveis. Às vezes preferíamos ser invisíveis. Mas, nem tudo está ao nosso alcance. Se estamos aqui, é para aprender uns com os outros.

          Temos necessidade de viver na correria. E porque não vivemos na calmaria? Será que nossa vida é tão desnecessária assim que vivemos e não nos importamos muito com o que acontece com ela? Ou será que queríamos que fosse da nossa maneira? São muitas perguntas. Mas, para entendermos o seu significado, temos que aprender a andar sozinhos. Aprender, que viver é uma luta constante e se não estivermos atentos ao que acontece ao nosso redor, fracassaremos.

          E por falar em fracassar, ninguém está preparado para a derrota. Esta palavra apavora muita gente. Ninguém entende que às vezes fraquejar é uma forma de aprender sobre os mistérios da vida e sobre nós. O que muitas vezes para nós é derrota, para a vida é vitória. Sem tropeços não conseguimos enxergar um palmo a frente, pois estaríamos alheios aos acontecimentos. O sucesso é fruto de derrotas.

 

Rita Padoin

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Concurso de Poesia

10º Concurso de Poesia realizado pela Biblioteca Lydia Frayze, do Município de Ourinhos – SP, com o poema “O Rio”. Tirei o 3º lugar na categoria 4.

Uma homenagem ao rio que corta a cidade de Urussanga. Passando fiquei observando o seu curso e a sua coloração, saiu a inspiração. Abaixo o poema.

O Rio

O rio que corta a pitoresca cidade interiorana
Segue solitário entre as curvas e trajetos íngremes
E se desfaz, como tantos outros, no mar.
Enquanto o rio transita, a cidade segue sua vida
Como se o rio não existisse e nem lhe pertencesse.

Durante seu percurso, os cidadãos seguem suas vidas
Sem olhar com carinho e cuidado, como deve ser.
Lixos são jogados diariamente sem a mínima noção.
Assim, ele vai morrendo aos poucos sem ser notado.
Ouço seus lamentos e sua dor.

Sem o devido cuidado, sua coloração vai mudando,
Deixando de ser quem ele é: límpido e vivo.
O rio e vários de seus afluentes estão em piores situações.
Morrendo dia-a-dia sem qualquer proteção.
Água de boa qualidade deve ser incolor, insípida e inodora.

Precisamos amar os rios e seus afluentes.
É hora de agir, pois o risco de escassez é grande.
Há um chamamento. Um lamento para a população
Se mobilizar em prol da sua conservação e dos recursos
Hídricos ou morreremos junto com o rio.

Rita Padoin
Escritora

sábado, 7 de setembro de 2024

As Alegrias

As alegrias vêm e vão

Só a saudade fica.

Ela entranha na nossa pele

E só nos deixa quando permitimos.

Alegrias são momentos

Saudades alimento.

A vida caminha e se não acompanhamos

Vamos ficando e nem nos damos conta

De que a porta se fechou.

O olhar tem que estar atento.

As alegrias estão dentro de nós

Cada qual com sua mensagem

Com sua abordagem e

As suas aprendizagens.

Vivemos o hoje!

O momento.

As horas.

Os minutos

E os segundos

Porque a vida segue sem olhar para trás.

 

Rita Padoin

domingo, 1 de setembro de 2024

Nosso Papel

Verdades sobre nós, ficam estampadas. É como se um filme estivesse passando para todos assistirem. Somos assim, visíveis. Por isto, acabamos deixando transparecer tudo aquilo que não queríamos e que na verdade as pessoas de fora acabaram percebendo e nós não. Vivemos sobre tetos de vidro. Pisamos levemente com medo dele se quebrar e nos machucar, mas já estávamos machucados antes de pisar nele.

Nosso papel sempre se inverte. Um papel fundamental que leva por um caminho desconhecido. Caminhamos e não percebemos, pois estamos desgovernados. É como se um trem saísse dos trilhos e não conseguíssemos controlar. Não tem o que se fazer se não estamos atentos. Dirigir nossa vida, é como dirigir um trem, por exemplo. Precisamos de atenção. Atenção redobrada, pois qualquer descuido, podemos sair dos trilhos.

A vida é assim. Não nos mostra os caminhos, ela nos dá os caminhos. E temos que saber trilhar com sabedoria e entender que encontraremos muitas dificuldades. É por isto que acabamos nos machucando e aquele teto de vidro quebrando. Saber que as dificuldades fazem parte da nossa caminhada é fundamental e vai nos ajudar a trilhar com mais discernimento. A vida nos dá a possibilidade de trilhar com convicção e saber que temos esse poder. Vai de nós entender o seu propósito.

          Esse é o nosso papel aqui. Entender, aceitar, desapegar e trilhar com sabedoria. Daqui nada levamos, mas enquanto estivermos aqui, temos o dever de viver em prol de um bem maior.

 

Rita Padoin