Caminhei durante muitos anos pisando em
espinhos e cacos. Caindo em valas comuns e alagando meu caminho com lágrimas de
sangue. Sem aceitar estes pormenores, sofri. Sofri tanto que não consegui enxergar um palmo a minha frente. Foram anos assim. Tropeçando, caindo,
sofrendo, não entendendo o que estava acontecendo e querendo sair daquele
labirinto sem conseguir.
Um belo dia uma luz atravessou minha
janela e como uma flecha certeira atravessou e atingiu bem no fundo do meu
coração. Como um raio rápido e quente, aqueceu-me. Um aquecimento incontrolável
e inesperado. Como se eu tivesse sido abraçada e acalentada por alguém. Mas,
não tinha ninguém naquele momento, apenas um sentimento de que eu estava sendo amparada.
Mesmo que fosse por aquela luz.
A partir daquele momento entendi que eu
tinha uma saída. Um caminho a trilhar. Uma vida para contemplar. Uma direção
para olhar. Naquele momento me senti aquecida pela vida e pela luz que ela me
enviou. Fui me reerguendo dia-a-dia e me fortalecendo. Dizem que para crescer e
encontrar a tal felicidade precisamos passar por poucas boas. Hoje, entendo
quando me diziam: a luz no nosso caminho é esse entendimento da vida e esses
tropeços que ela coloca na nossa frente.
Vivo tropeçando e caindo todos os dias
ainda, mas aceitando de uma forma que deixa de ser dor e passa a ser evolução.
Passa a ser crescimento. Passa a ser desenvolvimento interior. E a tal
felicidade encontrei dentro de mim.
Rita Padoin
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