Minha mãe sempre me pergunta:
- Quando vais terminar de escrever?
- Nunca. Respondo
A escrita fez de mim morada. Se eu não
conseguir colocar para fora, morrerei. Escrevo porque preciso. Escrevo porque é
o meu alimento. Escrevo porque tenho necessidades urgentes. Escrevo porque ser
escritor também é uma profissão.
Outras pessoas me perguntam também:
- Não estás aposentada?
- Sim. Respondo. Mas, tenho o outro
trabalho que é o de escrever.
Mesmo que muitas pessoas não levem a sério
a escrita, eu considero um trabalho. O meu trabalho. A minha profissão. O meu
refúgio. A minha casa. A minha fuga. O meu remédio. A minha cura. É nas
entrelinhas que coloco pra fora todas as minhas angústias, meus medos, minhas
loucuras, meus devaneios e as minhas necessidades.
Mesmo que eu não tenha que cumprir
horários como uma empresa. Mesmo que eu esteja em casa. Não tenho hora para
escrever. É como se eu estivesse de plantão 24 horas por dia. Quando a
inspiração vem tenho que estar preparada para recebê-la. Então, ser escritor é
uma profissão sim e não adianta dizer o contrário.
Agradeço a Deus todos os dias pelo presente que ele me deu. Se a escrita não existisse na minha vida eu estaria morta. Então, vivo porque para eu poder existir preciso urgentemente escrever.
Rita Padoin