Olho fixamente para o relógio pendurado
Na parede branca e pálida da sala de estar.
Observo as horas e o tempo passa rápido demais.
Sinto tua presença e o momento se confunde
Com um passado distante que deixou
saudades.
Olho a porta esperando ela se abrir a
qualquer instante
Já se passaram muito tempo. Quase cinco
horas.
Continuo aqui, tentando lembrar das nossas
Conversas que ainda pipocam no ar.
Sinto como se ainda estivesses aqui, neste
lugar.
Ouço a maçaneta girar e a porta se abrir
devagar.
É quase uma tortura. Procuro a calma que
se foi.
Meus nervos contorcem, sinto uma dor
insuportável.
Meus olhos firmes focam aquele corredor longo
e frio.
Calada, espero o vulto se revelar, mas é
apenas imaginação.
É tempo de se levantar. É tempo de seguir
adiante.
É tempo de se acalmar e gritar ao mundo
que nada
Será como antes. Tudo mudou, metamorfoseou
e
O que ficou lá traz, é passado. O presente
se revela
No agora e o futuro nos espera sem
barreiras.
Rita Padoin
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