segunda-feira, 11 de novembro de 2019

SE EU PUDESSE DECIDIR

Se eu pudesse decidir, deixaria tantas coisas para trás! Tantas coisas! Coisas que ficaram inacabadas. Coisas começadas e que por alguma razão não mais me interessam. Coisas que me abalaram e me deixaram fora do eixo. Coisas que para a vida são tão óbvias e necessárias e para mim, vejo que não. Sei que as coisas que acontecem são para o meu crescimento, mas deveriam ser mais leves certos fardos. Até porque muitos deles no final de tudo, eu acho desnecessários. Analiso de várias formas e vejo que poderia ter sido totalmente diferente. Que não precisaríamos ter passado, ou vivido tudo aquilo. Poderia ter passado despercebidos, que não ia fazer nenhuma diferença.
Eu gostaria de decidir simplesmente. Que nada me afligiria depois desta decisão. Porém, não é assim. Tudo é imposto pelas Leis, ou naturais ou dos homens. Se eu pudesse decidir, deixaria para trás os sentimentos. Qualquer um deles. Estes, tem o poder de ferir até a alma se não soubermos entendê-los. O do amor então? Este, difícil de entender e de compreender. Ele se confunde com o da paixão e aí dá uma mistura de confusão mental.
Quantas coisas eu deixaria pelo caminho se eu pudesse, muitas. Se eu tivesse o poder de decidir, decidiria tudo diferente. Afinal, só eu sei o que seria melhor. Tem coisas que são necessárias passar eu sei. Também sei que só nos tropeços que evoluímos. Sei de tantas coisas! De várias na verdade, mas muitas delas eu deixaria para trás. Até porque muitas vezes estou num patamar além e recebo esta bagagem que acaba me derrubando e me amargurando.
Sei que posso decidir muitas coisas, sei também que não existe nada se opondo a isto, mas o medo impõe. O medo é ardido. Ele está sempre nos acompanhando e como não nos damos conta de muitas coisas, sofremos. De burros é claro. Porque poderíamos sim observar os sinais. Ficar atentos aos fatos. Estar ligados ao que se passa ao nosso redor. Analisar friamente e depois decidir com a cabeça fria. Mas, não. Vivemos com a cabeça no mundo da lua como se nada estivesse acontecendo ao nosso redor, mas está. Tudo está se modificando, metamorfoseando constantemente.
Afinal, como queremos ser diferentes e decidir se não nos damos conta de que tudo isto é uma loucura total. Um enorme vazio. Uma onda gigantesca. Onde estamos vivendo e somos tão passageiros como o tempo, as quatro estações e o pensamento. Pois é, se quisermos ter o poder de decisão, primeiramente temos que ter o poder de entender, avaliar e analisar toda a conjuntura imposta pelo Universo. É como um livro exposto invisivelmente, para que estudemos atentamente e nos formemos como bons alunos que somos.

Autora: Rita Padoin


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