Lá fora ainda é escuro. No céu apenas um fio dourado.
É minguante.
Amanhã talvez não a veremos mais. Apenas um céu negro
como a madrugada.
O eco apavorará os que dele tem medo e o som do
invisível emudecerá.
No pensamento apenas lembranças de uma noite que
deixará saudades.
O vento nordeste quebra o silêncio. Os olhos vagam, entre os vidros da janela aberta, ainda se consegue ver lá fora o balançar
das árvores.
O coração se agita e bate descompassado. O medo se faz
presente.
Uma vertigem percorre o corpo e a sensação é de frio.
Até o dia clarear ainda faltam algumas horas. Os
pássaros nem acordaram.
As folhas ao balançarem me reportaram há um tempo
passado.
A sensação é de bem estar. De tranquilidade. De
leveza. De levitação.
Um encontro de paz e de tranquilidade entre a alma e o
espirito.
Rita Padoin