segunda-feira, 27 de abril de 2015

O ACENO DA NOITE

Debruço-me nas encostas da madrugada, espero o amanhecer.
A noite abriu os braços, acenou de forma carinhosa,
Todos os meus infortúnios se foram.
Adormeci no colo da saudade.

Os sonhos interpretaram cada fase da minha conquista.
As coisas belas e preciosas duram tão poucos,
Depois que se vão não voltam mais.
Se não agarrarmos, elas evaporam e nem percebemos.

Todos os dias, hasteio minha bandeira.
Viajo deslizando pelos mares revoltos.
Os dias passam e a ansiedade também.

O relâmpago arranhou o céu com suas unhas grandes,
Deixou um zigue-zague como símbolo de sua chegada.
As janelas trepidaram com as rajadas do vento.
Gosto de sentir meu coração bater de medo.

Assim que tudo passou e o céu voltou a ser azul
Meu coração se calou. Ouvi apenas passos vindos da rua
Espiei entre os vidros e as nuvens ameaçadoras se foram
Ficou apenas o tempo me fazendo companhia.

Rita Padoin

https://www.facebook.com/ritapadoinpoeta

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