segunda-feira, 27 de abril de 2015

O ACENO DA NOITE

Debruço-me nas encostas da madrugada, espero o amanhecer.
A noite abriu os braços, acenou de forma carinhosa,
Todos os meus infortúnios se foram.
Adormeci no colo da saudade.

Os sonhos interpretaram cada fase da minha conquista.
As coisas belas e preciosas duram tão poucos,
Depois que se vão não voltam mais.
Se não agarrarmos, elas evaporam e nem percebemos.

Todos os dias, hasteio minha bandeira.
Viajo deslizando pelos mares revoltos.
Os dias passam e a ansiedade também.

O relâmpago arranhou o céu com suas unhas grandes,
Deixou um zigue-zague como símbolo de sua chegada.
As janelas trepidaram com as rajadas do vento.
Gosto de sentir meu coração bater de medo.

Assim que tudo passou e o céu voltou a ser azul
Meu coração se calou. Ouvi apenas passos vindos da rua
Espiei entre os vidros e as nuvens ameaçadoras se foram
Ficou apenas o tempo me fazendo companhia.

Rita Padoin

https://www.facebook.com/ritapadoinpoeta

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Não tente levar a saudade nas asas do tempo. Leve a saudade nas asas imaginárias do pensamento. Rita Padoin
 
 

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O amor vive nas asas do tempo e se aconchega no colo da saudade. Rita Padoin
 
 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

MOMENTO ÚNICO

O tempo lá fora está carrancudo
Sob a árvore, um pássaro gorjeia
Amanheceu.
A cidade dorme
Não se distingue a cor do céu
O sol dorme no colo do horizonte.

A música toca calmamente
Ela está a uma altura
Que se ouve
O pássaro na árvore
Os sons se misturam.

As badaladas anunciam
O amanhecer e o compromisso
De ir à labuta
A hora chegou
Ficará apenas na lembrança
A música e o gorjear do pássaro.

Rta Padoin

domingo, 12 de abril de 2015

ESCREVO PORQUE...

Escrevo por que o tempo me espera
Nascem nas linhas imaginárias
Parte da minha história
Parte da minha vida.
 
Escrevo por que o papel aceita
Todos os meus segredos, um a um.
Cada linha, cada palavra absurda
Cada confidência, tudo registrado.

Escrevo por que meus segredos ficam guardados
Nas gavetas do tempo a sete chaves
Nada será revelado ou desvendado
Se eu não permitir.

Escrevo por que nada mais me resta
Toda aquela euforia se calou
No chão apenas restaram às cinzas
De um carnaval que passou.

Hoje calada apenas observo o cenário
Antes obscuro, hoje apenas as lembranças.
Agora me parece que há luz no final do túnel
Sigo sem olhar para trás em busca do destino.

Rita Padoin

terça-feira, 7 de abril de 2015

NADA RESTOU

Nada restou na sala de estar
Nada restou no quarto
Apenas as marcas do passado
São as lembranças
Que me atormentam
Passo pelo corredor escuro
Só a claridade da lua
Bate na parede
Pela janela da sala.

Cadê você!
Está vazia a casa
Perco o sono e ouço a música
Que vem lá de fora

A janela está aberta
A noite é longa
A madrugada se estende

Ouço passos
E o sono não vem
Quem sabe se você estivesse aqui
A noite seria breve
O tempo pararia
Restaria apenas
O nosso momento.

Rita Padoin

sexta-feira, 3 de abril de 2015

VAGO PELO MUNDO

Eu vago pelo mundo
Procurando coisas
Alimentando meu coração
Vagabundo
Eu procuro, procuro e não encontro
Tudo me parece muito estranho.

Eu ando pelas ruas
Presto atenção em tudo
Eu já fui mais feliz
Já amei
Já perdi
Já ganhei

Ando, ando, sem parar
O destino sempre quis
Que eu vagasse
Só quero me lembrar
Que um dia já fui alguém

Onde foi exatamente que parei?
Parece-me que foi antes
De tudo terminar.

Rita Padoin

                                          ________arte de Christian Schloe

Danni Carlos - Coisas que eu sei