Ilumine-me A noite está tão escura
E as estrelas adormecidas.
Ilumine-me
Mesmo que tudo pareça tão obscuro.
Mesmo que o medo me domine
Mesmo que tudo pareça assombroso,
Mesmo que a madrugada se apresse abocanhando o silêncio.
O teu brilho me aquecerá
Ilumine-me, O teu brilho me aquecerá Vem velar meu momento
Aqueça-me e traga o bálsamo da primavera
Ilumine-me Diga-me o que preciso ouvir, devagarzinho.
Sem muita pressa
E leve-me ao destino incerto.
O vinho molhará meus lábios
Em noite de homenagem a ela
Rainha e sutil como a esfinge
No negror da noite surge
Retalhando o céu intensamente Abocanhando olhares admiradores
No tilintar das taças os sons
Acordam as ninfas adormecidas
Enlouquecendo os espíritos naturais
Das matas onde as divindades habitam
Tomando variedades de formas
Das forças elementares da natureza
Regando as lágrimas dos céus
Fonte inesgotável de beleza
As tribos da antiguidade agradecem
A alma que dá a inspiração para gorgolejar
Vocábulos vaidosos que dançam
Nas linhas atrevidas de um pergaminho.
O vidro da janela de onde olho é fosco
Mal posso ver a paisagem lá fora
O grito sufocado continua calado.
Dentro de quatro paredes continuo a olhar
As estações passando sem nada dizer
Os vãos entre as janelas me dão a visão
Do pouco que consigo enxergar
Apenas observo com olhar vago o tempo e
A paisagem me dá de presente o colorido exuberante
Em cada centímetro há o entender das circunstâncias.
A nostalgia invade o momento
E sobre a janela o passado retorna
Contando às histórias que ficaram guardadas
Num momento de grandes inspirações
E que hoje são relembradas com carinho...