Minha
morada
Abrigo da
minha carne
Minhas asas
Meu
equilíbrio
Abrigo do
meu enfim
Porto da
minha liberdade
Infinito da
imaginação
Espírito
voante
Dentro e
fora do contexto
Onde
ninguém alcança...
Quero falar de nossa relação
Das grandes expectativas em vão
Quero falar dos sonhos inacabados
Das realizações que não foram realizadas
Das decepções ao ver o que era para ser visto
É a tua vida dentro de outra
Que planejastes para você e não para nós
Quero viver a loucura de cada momento
Quero o tudo e o nada
Com você ou sozinha.
Oh silêncio!
Que tanto te calas diante da incerteza
Quantas noites ocultastes teus segredos
Dentro dos teus próprios temores.
Finges não saberes o que se passa
Fugindo do medo que te assombra
Não sabendo que o teu silêncio
É o teu próprio medo.
Juras diante de ti mesmo
Que nada sabes sobre o silêncio
Apenas foges das longas buscas
E enfrentas as tuas angustias.
Esqueces que o teu silêncio
É o remédio para tuas amarguras.
Na varanda sobre a rede verde oliva
Descansa o corpo cansado do homem
Que sobre ela observa o céu nublado
Do mês de janeiro tão esperado
Na boca o doce refrescante sabor
De morango derrete ligeiramente
Sobre o vento que bate sem nenhum pudor
Deixando sobre as mãos apenas o vazio.
Vi homens calados,
Sofrendo com sua dor
Sem poder gritar
Enclausurados na sua própria cela
Vi em cada um o sorriso escondido
Apenas amargura e dor
Vi tantas lutas em vão
O medo e a solidão
Invadindo cada coração
Choros incessantes
Lágrimas de sangue
Fome e corrupção
Numa manhã acordei e
Vi a flor desabrochar
O gigante acordar
Gritando: a hora é agora
Acordem!!!
Chegou o momento
Vamos lutar
Por essa nossa ideologia
Que há tantos anos sonhamos...
Há muito te espero
Calma e serena
Como as noites amenas
Que espera o dia amanhecer.
Há muito te espero
Descalça sob a terra produtiva
Em companhia das flores outonais
Solitárias e pálidas pelos campos afins.
Há muito te espero
Entre as horas do dia
E o silêncio das noites frias que
Silenciosas esperam a nova estação.
Há muito te espero
Há! Como eu te espero,
Sorrindo entre o tempo e o intervalo
Que parece não querer passar.
Canto porque o canto encanta
Eleva o encanto da alma
Canto porque o som suave de cada nota
Leva as incertezas em suas melodias
Para cada canto um soneto
Para cada luz um raio eterno
Nas nuances do teu querer
Verte em mim teu encanto
Danças leve em meu sonho
Como um breve sopro de outono
Cada folha, cada flor, cada ramo
Mortas para o renascimento
O meu canto suave te encanta
Quando toco em meu canto sem pressa
Dou-te todos os meus versos
Cantados num só poema...
Sou parte da
natureza
Sou filha das
arvores
Do sol
Da lua
Das águas serenas
Sou o que tenho que
ser
Sou a ventania
Sou o luar
Também sou o ar
Sou um ser pensante
Quero tocar tudo que
vejo
Quero amar o que
almejo
Quero a vida como um
lampejo
Para iluminar os
teus lindos olhos
Que vejo dentro do
meu encanto...