Tentei
me conter várias vezes. Como eu tentei! Tentei não pensar. Como tentei! Tentei
deixar para trás tudo o que me deixava ansiosa, mas não adiantou. Eu não
consegui. Sempre foi mais forte do que eu. Sempre continuou ali, me cutucando, me
perseguindo como se fosse um stalker. Vem, se aloja, me observa, me persegue e
me deixa sem ação. Não consigo raciocinar com essas manifestações rondando
minha mente. É algo que me consome por dentro e me corrói como se fosse um
ácido a me devorar viva. Sei que são apenas aparições. Nada é real, tudo é
ilusório, mas é como se fosse vivo. Fecho meus olhos e está ali, parado me
olhando com aqueles olhos mar ou sorrindo e com aquele sorriso alvo.
É tão forte que consegue me
deixar sem forças para lutar. Sem forças para seguir adiante. Sem forças para
dizer alguma coisa. São braços invisíveis que me envolvem e me pressionam. É
invisível, mas tem um poder incalculável. Sinto-me desfalecer entre esses
braços fortes. Entre as horas e o calar da noite tudo vem mais nítido e mais
forte. Nada é real eu sei, mas as sensações são. O corpo sente. A cabeça sente.
A carne sente e tudo se aquece. Nada acontece real. Naqueles momentos, tudo se
intensifica. Vai ficando tão nítido que me confunde. E essa confusão mental
acaba me distraindo do real.
Só que ao me deparar com
essas manifestações, vou entendendo as razões, os porquês e tendo a nítida
impressão de que é mútuo. Estas aparições é a conexão. Uma ligação entre o que
está acontecendo do lado de lá, refletindo no lado de cá. Com esta descoberta,
me sinto mais leve, pois sei que não é meu. É o encontro de almas perdidas em
algum momento e que voltarão a se encontrar logo.
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