Rumoreja entre os prados e alamedas
A aragem de um fim de tarde calmo
E sobre o tapiz gracioso, o luar se estende
Como um lençol que sacoleja sobre o vento.
Folhas preguiçosamente caem e flutuam
Durante a estação mais pálida do ano
Antes de se acomodarem no chão
Forrando o caminho como se fosse pintura.
A palma da mão segura um segredo
Com medo de a verdade ser revelada
E os negros olhos do além cravejam
Nos ambarados selvagens da cria.
Nas ruas desertas e
frias de inverno
Correm disparados
os ponteiros do relógio
Fazendo o tempo não
entender seu papel
Nesta caminhada
entre as horas, os dias e os anos.
E os olhares
alheios não percebem
Que nada mais será
a mesma coisa
Tudo é
metaforicamente entendido
Como uma poética
entre o agora e o fim.
Rita Padoin